Na última semana, o Peñarol jogou por uma esfera contra o Flamengo no Maracanã e, sem tolerar muito defensivamente, venceu, levando uma senhora vantagem para vivenda. Nesta quinta-feira, o time carbonero precisava de unicamente um empate para progredir e soube desde o início a estratégia necessária para conseguir a classificação.
Com um sistema defensivo sólido, capitaneado pelo bom zagueiro Méndez e pela segurança do goleirão Aguerre, o time de Diego Aguirre entrou em campo no Campeón del Siglo com a certeza de que se desse a esfera para o Flamengo e esperasse na resguardo, pouca coisa aconteceria. E, de indumento, zero aconteceu.
Carência de um camisa 9 rubro-negro facilita para os uruguaios
Mesmo com a atmosfera pulsante do Campeón del Siglo, o Flamengo foi o responsável por propor o jogo nos primeiros 45 minutos. Apesar de possuir préstimo do Rubro-Preto no controle das ações, o “sofrimento” sem a posse foi uma escolha carbonera, um risco calculado dos mandantes.
Sem pressionar a construção rubro-negra, o time de Diego Aguirre baixou as linhas e assistiu o Fla rodear a esfera de um lado para o lado na maior segmento do tempo. O resultado disso foi uma posse de esfera subida dos brasileiros, que não foi traduzida em grandes oportunidades. Faltou profundidade nas ações ofensivas dos cariocas.
Ora caindo pela esquerda, ora pelo meio, Bruno Henrique sofreu para ser a referência que normalmente Pedro (lesionado) costuma ser e trocou momentos em que deveria ser a flecha para ser o círculo… Resultado? Não apareceu ninguém para completar as jogadas.
Cândido pela direita, o equatoriano Gonzalo Plata muito que tentou preencher essa vácuo aparecendo porquê surpresa no meio, mas deixou evidente que não possui o cacoete de um grande centroavante/finalizador.
Colete a prova de balas? Nem foi preciso!
Tite ainda tinha mais 45 minutos para provar que era verosímil fazer o time ser hostil e incisivo, mormente no último terço. Não à toa, o comandante rubro-negro mudou um pouco o protocolo do que costuma fazer e logo nos instantes iniciais mandou a campo a dupla Wesley e Gabigol.
O objetivo parecia evidente: dar mais profundidade pelos lados e produzir uma referência na dimensão para finalizar as jogadas. A teoria, entretanto, mais uma vez levou um golpe duro da verdade na prática… a insídia do Peñarol, assim porquê no jogo do Maracanã, já estava preparada.
O time uruguaio congestionou a ingresso de sua dimensão e obrigou o Fla a ir detrás de seu repertório ofensivo para buscar espaços. Aproximações entre os homens de meio, triangulações, viradas rápidas de lado? Poderiam ser opções, mas não se fazem presente no “catálogo” de ações da equipe. Não nesta temporada.
Ao invés disso, o time de Tite ofereceu “chuveirinhos descalibrados” e muita imprecisão nos passes, mormente nos pés da dupla Arrascaeta e De La Cruz. Além da pobreza ofensiva, chamou a atenção a falta de ousadia do ataque para concluir as jogadas em gol. Com mais de 70% de posse em todo o jogo, o Fla finalizou unicamente 13 vezes, sendo duas na direção do gol, fazendo de Aguerre um especialíssimo testemunha dentro de campo.
Ferido e em desvantagem na guerra, o Flamengo decidiu ou não foi capaz de mostrar sua artilharia e foi mandado embora da guerra com a frustração de não ter sequer ferido seu competidor…